O processo de gestão de pessoas, especialmente na última década, passou por uma ampla transformação, contudo, em muitos ambientes empresariais ainda existe uma aplicação de modelos de gestão relacionados à Administração de Recursos Humanos.
No modelo tradicional de Gestão de Pessoas, o colaborador era considerado como um empregado movido basicamente pelo salário e pelos benefícios. Nem é preciso muita reflexão para perceber que, agora, esta é uma opinião muito rasa sobre a atuação do ser humano no ambiente profissional.
Nessa maneira de ver, o ser humano é percebido como um componente suscetível a intervenção.
O conhecimento a respeito da habilidade de gerir de pessoas, evoluiu muito até que atualmente é possível perceber que atualmente é um conhecimento extremamente necessário, inclusive, notadamente em níveis estratégicos.
Nesse contexto, o RH se afastou mais das técnicas tradicionais da Administração, orientadas a movimentação de efetivo, por exemplo e passou a atuar de maneira bastante sistêmica, assumindo posição de área estratégica mesmo, no mundo das organizações.
Muito se fala da gestão de pessoas e sua evolução, que caracterizou até mesmo as expressões que antes eram mais comuns, como DP (Departamento de Pessoal) ou Recursos Humanos mesmo, como ficou mais conhecido, para nomes com expressões mais modernas e mais próximas de pessoas do que de processos, daí temos novos nomes surgindo para esta área nas empresas, alguns bem criativos, como: Seres Humanos ou um que eu gosto muito, que é People.
O ponto é que a área de Gestão de Pessoas precisa ser de fato funcional além de uma mudança de nome e abordagem, é necessário fazer muito mais do que mudar o discurso; é preciso de fato se desprender dos paradigmas tradicionais da Administração, que ainda persiste em ambientes de empresas até hoje.

Um bom exemplo disso é o método de Formação de Times.
De modo padrão, esta atividade em organizações ainda é caracterizada como o meio para que os Times alcancem suas metas.
Certamente, a construção de equipes – seja efetiva ou terceira, constitui-se como um conceito fundamental para o atingimento dos resultados da organização. Assim sendo, este procedimento deve ser conduzido de maneira ética, visando mitigar os impedimentos que podem contribuir para uma cultura organizacional centrada em processos tradicionais, recompensas e benefícios ao invés e pessoas.

Este modelo pode gerar insatisfações dos membros dos times no seguimento de suas carreiras, que pode acabar afetando negativamente o clima organizacional, porque o colaborador percebe que apenas os interesses da organização são considerados.
Nesse cenário, fica muito claro que esse modelo deixa de lado a concepção de ser humano envolvido no processo de gestão de pessoas. E cada vez mais, torna-se fundamental o entendimento de que a atividade de criação de times deve ser fundamentada na inter-relação entre os objetivos e necessidades pessoais e organizacionais.
Apesar de que, em muitas empresas haja o intuito de desenvolver a conciliação e integração dos objetivos pessoais aos da organização, nem sempre os objetivos das pessoas são levados em conta nos processos de formação e manutenção de equipes, bem como nas ações de remanejamento interno. Nos livros clássicos de Administração esse conceito é apresentado como maximização da eficiência dos recursos.
Isso funciona muito bem para peças e equipamentos, mas quando se trata de pessoas, há muito mais a ser ponderado.
A visão moderna da gestão de pessoas prioriza estimular os valores, talentos e necessidades dos membros dos times. Nessa perspectiva, para que integridade do ser humano seja preservada, faz-se necessária uma atenção ao colaborador nos ambientes profissionais.
A percepção do ser humano na gestão de pessoas, propicia ótimas condições ambientais e laborais, desta forma, poderão sobressair a conciliação mútua dos objetivos pessoais e das organizações.
A concepção de uma boa e eficiente gestão de pessoas de maneira integral, torna-se fundamental para que os líderes, em todos os níveis, aprendam a promover condições e ambientes saudáveis ao redor de pessoas, times e processos. Assim, a gestão de pessoas se renova e se coloca em vislumbre e com sustentabilidade a longo prazo.
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